divisoria Núcleo de Espeleologia de Condeixa

Gruta do Algarinho

   

A Gruta do Algarinho é uma ressurgência, aberta em 1998 com o auxílio de uma retro-escavadora. A progressão na gruta revelou-se relativamente fácil, sendo condicionada, sucessivamente, por pequenos sifões, que impediam a continuação da exploração durante o Inverno. Após aguardar pela descida do nível das águas, a exploração deparou-se com um sifão permanente, a cerca de 1800 m da entrada, denominado Sifão Terminal do Algarinho, alvo de duas tentativas de mergulho, ambos sem sucesso, por este ser de exploração difícil e perigosa, devido ao seu fundo arenoso.

Esta cavidade reveste-se de um importante conteúdo arqueológico, uma vez que foram encontradas duas construções humanas, próximas da entrada, e uma ‘ponta de lança de alvado longo', em bronze, com cerca de 2900 anos (PESSOA, 2003).

A Gruta do Algarinho representa um elemento chave para a compreensão da circulação dentro do sistema, uma vez que permite evidenciar o outrora papel de ressurgência principal. Com o rebaixamento do nível de base da ribeira do Dueça, a galeria principal desenvolveu várias perdas, que foram desviando o caudal para o Olho do Dueça. A profundidade estimada e as características do Sifão Terminal do Algarinho apontam para uma passagem a condutas forçadas e, talvez, a proximidade de uma galeria (a perda) que faça a ligação directa do Sumidouro da Várzea ao Olho do Dueça (NEVES, et al., 2003).

A Gruta do Algarinho possui 2296 m de galerias topografadas, sendo o seu desenvolvimento total estimado em cerca de 2500 m . Desenvolve-se de Este para Oeste, estando a sua entrada situada a cerca de 250 m da do Soprador do Carvalho, e o actual terminus a cerca de 650 m do final do Sumidouro da Várzea.